Quem entende um pouco sobrepapéis para impressão sabe que ocouchê é mais caro que papel com acabamento mais simples, como o offset. Jána hora da reciclagem, os valores se invertem. Por que?
É curioso notar como em uma mesa de escritório encontram-se diversos tipos de papel. Separá-los por tipo é uma maneira de valorizá-los
A culpa é dorevestimento, que deixa o papel couchê com aquele bom acabamento característico.O papel couchê é mais denso por conta da grande carga mineralque este produto recebe na sua fabricação. O objetivo é ser um papel mais nobre, mas quando vira sucata, ele é comprado por um preço mais baixo, pois os revestimentos que deixam o papel mais pesado, não são reciclados.
Papel couchê é um papel offset revestido por um composto de carbono de cálcio, caulin, látex e outros aditivos, com a finalidade de proteger as fibras e deixá-lo mais liso, absorvendo menos tinta. A impressão fica brilhante, tornando os impressos mais vistosos. Couché em francês significa camada.
Um teste que pode ser feito é pegar um pedaço de papel couchê, misturar com água e bater em um liquidificador caseiro para constatar que a massa fica meio “podre”, ocasionando grande perda nas fibras do papel. Se fizer o mesmo com um papelsulfite, o resultado é bem diferente.
Portanto, para fins de reciclagem, quanto melhor a separação por tipo de papéis, mais valor eles terão, pois misturados, sempre serão comprados pelo papel menos valioso. Acompanhe abaixo,uma lista de tipos de aparas classificados pelos recicladores, retirado do site Curupira
BRANCO I
Aparas, mantas e restos de bobinas de papéis brancos, sem impressão de espécie alguma, sem revestimento (“coating”). Teor máximo de umidade: 10%. Teor máximo de impurezas: 0%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pré-consumo.
BRANCO II
Formulários contínuos de papel branco, usados, sem papel carbono entre folhas e sem revestimento carbonado. Teor máximo de umidade: 10%. Teor máximo de impurezas: 2%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pós-consumo.
BRANCO III
Aparas, mantas e restos de bobinas de papel imprensa e jornal, sem impressão de espécie alguma. Teor máximo de umidade: 10%. Teor máximo de impurezas: 0%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pré-consumo.
BRANCO IV
Papéis brancos usados de escritório, manuscritos, impressos ou datilografados, cadernos usados sem capas, livros sem capa e impressos em preto. Teor máximo de umidade: 10%. Teor máximo de impurezas: 5%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pós-consumo.
BRANCO V
Aparas de papéis brancos, mantas e restos de bobinas, com percentagem mínima de impressão ou com revestimento (“coating”). Teor máximo de umidade: 12%. Teor máximo de impurezas: 25%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pré-consumo.
BRANCO VI
Igual ao BRANCO IV, podendo porém conter papéis coloridos na massa. Teor máximo de umidade: 10%. Teor máximo de impurezas: 5%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pós-consumo.
KRAFT I
Aparas de papel kraft natural resultantes da fabricação de sacos multifolhados, sacos de papel kraft refugados por defeitos de fabricação ou não utilizados. Teor máximo de umidade: 10%. Teor máximo de impurezas: 1%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pré-consumo.
KRAFT II
Sacos mutifolhados usados de papel tipo kraft, com fibras e cores diversas. Sem escolha ou seleção. Teor máximo de umidade: 15%. Teor máximo de impurezas: 5%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pós-consumo.
KRAFT III
Sacos mutifolhados usados, de papel kraft natural, principalmente de cimento, misturados, sem batimento, escolha ou seleção. Teor máximo de umidade: 15%. Teor máximo de impurezas: 17%. Teor máximo de materiais proibitivos: 3%. Pós-consumo.
CARTÕES DE PASTA MECÂNICA (APARAS PARANÁ)
Aparas de artefatos usados de cartão produzidos integralmente de pasta mecânica. Teor máximo de umidade: 12%. Teor máximo de impurezas: 0%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pré-consumo.
JORNAIS I
Jornais usados em excelente estado. Teor máximo de umidade: 12%. Teor máximo de impurezas: 1%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pós-consumo.
JORNAIS II
Jornais limpos e encalhes de redação. Teor máximo de umidade: 12%. Teor máximo de impurezas: 1%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pré-consumo.
CARTOLINA I
Aparas de papelcartão integral, material refugado e material não utilizado, com ou sem revestimento (“coating”). Sem impressão de qualquer espécie. Provenientes de cartões e cartolinas fabricados integralmente com celulose. Teor máximo de umidade: 10%. Teor máximo de impurezas: 0%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pré-consumo.
CARTOLINA II
Aparas de papelcartão, material refugado e material não utilizado, com ou sem revestimento (“coating”). Com impressão ou em cores variadas. Teor máximo de umidade: 12%. Teor máximo de impurezas: 3%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pré-consumo.
CARTOLINA III
Aparas de papel cartão, material refugado e material não utilizado, plastificadas, com ou sem impressão. Teor máximo de umidade: 12%. Teor máximo de impurezas: 3%. Teor máximo de materiais proibitivos: 7%. Pré-consumo.
CARTOLINA IV
Embalagens usadas de papel cartão, plastificadas ou não. Teor máximo de umidade: 15%. Teor máximo de impurezas: 3%. Teor máximo de materiais proibitivos: 7%. Pós-consumo.
ONDULADO I
Aparas e refugos resultantes da fabricação de caixas e chapas de papelão ondulado de todos os tipos. Teor máximo de umidade: 15%. Teor máximo de impurezas: 3%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pré-consumo.
ONDULADO II
Caixas e chapas usadas de papelão ondulado, fabricadas com capas de alta e média resistências. Teor máximo de umidade: 15%. Teor máximo de impurezas: 5%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pós-consumo.
ONDULADO III
Caixas e chapas usadas de papelão ondulado, fabricadas com capas de baixa resistência, podendo conter até 20% de outros tipos de papéis que não sejam papelão ondulado. Teor máximo de umidade: 20%. Teor máximo de impurezas: 5%. Teor máximo de materiais proibitivos: 3%. Pós-consumo.
REVISTAS I
Revistas velhas, impressas em papéis com ou sem revestimento (“coating”). Teor máximo de umidade: 12%. Teor máximo de impurezas: 2%. Teor máximo de materiais proibitivos: 1%. Pós-consumo.
REVISTAS II
Revistas encalhadas ou com defeitos de impressão, impressas em papéis com ou sem revestimento (“coating”). Teor máximo de umidade: 12%. Teor máximo de impurezas: 2%. Teor máximo de materiais proibitivos: 1%. Pré-consumo.
MISTO I
Papéis usados mistos, provenientes em sua maior parte de escritórios e gráficas; aparas coloridas; resíduos de papéis e cartões diversos, misturados. Teor máximo de umidade: 12%. Teor máximo de impurezas: 5%. Teor máximo de materiais proibitivos: 1%. Pós-consumo.
MISTO II
Papéis usados mistos, provenientes de escritórios, lojas comerciais, casas residenciais. Teor máximo de umidade: 15%. Teor máximo de impurezas: 10%. Teor máximo de materiais proibitivos: 3%. Pós-consumo.
MISTO III
Papéis usados mistos, de todas as procedências. Teor máximo de umidade: 20%. Teor máximo de impurezas: 15%. Teor máximo de materiais proibitivos: 5%. Pós-consumo.
TIPOGRAFIA
Aparas e recortes coloridos provenientes de gráficas e tipografias. Teor máximo de umidade: 10%. Teor máximo de impurezas: 1%. Teor máximo de materiais proibitivos: 0%. Pré-consumo.
Observações:
Aparassão papéis que sobramdas gráficas e operação industrial que transforma os papéis e cartões em uma variada gama de artefatos. É o material reciclável proveniente do próprio processo de fabricação do papel. Écaracterizado como pré-consumo.
Papéis usados são os diferentes tipos de papéis e artefatos de papel descartados pelos usuários finais, após utilização. Éo material oriundo da coleta seletiva do lixo municipal, vendido às fábricas de papel reciclado através de parcerias com as cooperativas dos catadores de papel. Écaracterizado comopós-consumo.
Impurezas são os papéis, cartões e papelão inadequados para utilização em determinada finalidade. São ainda considerados impurezas: metal, corda, vidro, madeira, barbantes, trapos, pedras, areia, clips, plásticos, etc.
Materiais proibitivos são quaisquer materiais cuja presença em quantidade maior que a especificada tornam o fardo em que estão contidos não utilizável para a fabricação específica de determinado tipo de papel.Entre os materiais proibitivos, podem ser citados:
– papéis vegetais ou glassine
– papel e papelão encerados, parafinados ou betuminados
– papel carbono
– papel e papelão revestidos ou impregnados com substâncias impermeáveis à água
– papel e papelão laminados, tratados ou revestidos com plásticos, betume ou camada metálica
– colas a base de resinas sintéticas
– fitas adesivas sintéticas
Ricardo Ricchini
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